Achei este texto muito bom:
Fonte: http://www.deputadoantoniobulhoes.com.br/gap/008boletim-educacao.pdf
Se há algum tema com que a unanimidade da população concorda é a Educação. Todos dizem que o Brasil somente vai tornar-se livre das travas do subdesenvolvimento quando tiver um povo educado.
Entretanto, desenvolvimento econômico não traz necessariamente desenvolvimento ético. Afinal, o povo alemão, muito bem educado desde o século XIX, produziu Hitler e todas as consequências. Educação, portanto, não seria sinônimo direto de progresso social.
Segundo a professora Olga Pombo, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, “a escola não foi inventada para educar as crianças; foi inventada para permitir a transmissão de conhecimentos entre as gerações. Hoje a escola serve para tomar conta dos filhos. A escola era um lugar de instrução, de aprendizagem de conhecimentos. As crianças eram educadas na família, na praça pública, com os vizinhos, etc. A escola foi criada para um conjunto de funções muito importantes, que são funções cognitivas. Hoje ela pode aparecer como tendo outras funções e não tendo as principais. E isso dá origem a desastres terríveis como a definição de professor como educador.”
A Professora alerta ainda que a educação tem a ver com o controle das almas, dos desejos. Mas a escola tem a ver com instrução, com a construção do conhecimento. Por isso, confundir ENSINO com EDUCAÇÃO na escola pode ser perigoso.
O Estado deve cuidar de que todas as facilidades educacionais estejam ao alcance de todos. Todavia, demasiado controle do Estado em questões educacionais é um perigo fatal para a liberdade, pois pode levar a doutrinação.
Professor é aquele que ensina, que introduz o aluno numa área do conhecimento, que organiza o caminho que levará o aluno a aprender o que não sabia. É diferente do educador que vai a sala de aula falar com os seus alunos, conversar sobre os seus comportamentos, a sua vida, para doutrinar.
Infelizmente, é o conceito de educação que vem ganhando espaço nas escolas. A educação para valores nas escolas vem deitando raízes porque a moderna pedagogia definiu que educação é o meio para tirar da alienação a população. Assim, ao mesmo tempo em que tenta ensinar a somar, também educa os alunos que, enquanto uma pessoa soma lucros, a outra necessariamente soma mais miséria.
Segundo a Professora, o grande valor que o professor tem a demonstrar na sala de aula é ensinar o valor do conhecimento. É a dimensão instrutiva que é a veiculadora de valores; o valor da verdade, da seriedade, do trabalho. O professor tem que criar, em sala de aula, condições para realizar o seu trabalho, que é ensinar ciência e não se imiscuir na moralidade.
Segundo ela, o Ministério responsável pela elaboração do programa didático não deveria se chamar Ministério da Educação. Deveria ser Ministério da Instrução ou do Ensino, porque a educação verdadeira deve ser dada na família.
Antigamente, as disciplinas comportavam matemática, português e ciências, com bastante carga horária nessas matérias básicas. Hoje, os pedagogos modernos incluem nos currículos dos alunos uma série de matérias morais, como a que ensina os alunos do ensino fundamental a ajustarem um preservativo em uma cenoura, que simula um membro sexual masculino.
BRASIL, 88ª POSIÇÃO NO RANKING DE 127 PAÍSES.
Tudo isso ainda poderia ser tolerado se a qualidade da educação brasileira figurasse entre as melhores do mundo. Mas é justamente o contrário que ocorre. O índice de educação da UNESCO de 2011 aponta o Brasil na 88a posição de um total de 127 países. Isso seria mais que suficiente para provar que a pedagogia utilizada aqui não funciona em termos absolutos. Mas em termos relativos, o que se percebe é um retrocesso.
Em 2008, o Brasil ocupava a 76a posição no ranking mundial da UNESCO e em 2007 ocupava o 72o lugar. O Brasil verdadeiramente avançou para “trás”, na medida em que a educação para valores e para a ideologia foi consolidada.
Como que o Brasil espera continuar a avançar no ranking do desenvolvimento entre as nações se, ao invés de ensinar aos alunos conhecimentos científicos, permanecer educando os pupilos em valores ideológicos?
Antonio Bulhões
Deputado Federal / PRB-SP