segunda-feira, 1 de março de 2010

Um Câncer no Esporte Brasileiro e as Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro

Senhores

Um Câncer no Esporte e as Olimpíadas de 2016

Vejam bem, amigos, hoje você chega no trabalho, lê seus 100 e-mails, tem acesso a 20 jornais, pesquisa 300 páginas na internet, assiste a 110 canais de TV, é bombardiado pela mídia do marketing e da propaganda, atende dezenas de chamadas telefônicas pelo celular e fixo e ainda a 4 filmes por semana, 6 seriados, e muito mais. Há 50 anos, uma pessoa que desempenhava funções semelhantes à sua, demorava, em média, uma semana para fazer o que você faz, hoje, em um dia! Mas qual o porquê de começar escrevendo assim? Resposta: é só pra esquentar...

Vamos ao assunto, existe um monstro chamado câncer – palavra que muitos superticiosos evitam até pronunciá-la – que será domado em breve. Os mais otimistas dizem que os avanços alcançados hoje acabariam com a doença entre 10 ou 15 anos. Prognósticos moderados dão conta de que o câncer deixará de ser fatal para se tornar uma doença crônica, com a qual o paciente poderá conviver por muitos anos, tratando dos sintomas e evitando seu agravamento. É mais ou menos o que ocorre hoje com a diabetes e a hipertensão. Além disso, daqui a 10 anos, os tratamentos terão menos efeitos colaterais, haverá maior controle sobre a dor, os exames diagnósticos serão menos invasivos e a prevenção mais eficiente.

Só que existe um câncer, no Brasil, e mais especificamente no esporte, que dificilmente, nem a mais moderna ciência super avançada poderá deminá-la. Qual é? A pergunta correta seria quem é? Pois se trata do Estado de São Paulo. Uma verdadeira locomotiva esportiva, uma super máquina desportiva, que produz, cria, alimenta e sustenta uma hiper infraestrutura moderna de esportitas nas mais variadas modalidades e categorias, e seu avanço ninguém nunca sonhou em freá-la, porem este câncer para o Brasil é uma barreira, uma falha, um erro, assim como para os demais Estados.

Dizendo que o câncer é uma doença de mil caras. Devido sua multiplicidade. Não se fala ‘o câncer’, e correto são ‘os cânceres’, já que existem mais de 100 tipos diferentes. Trata-se de um conjunto de doenças com características diversificadas – que ainda variam de um indivíduo para outro, assim como cada um tem uma maneira particular de reagir a uma gripe – e alguns pontos em comum, como a perda do controle de erro. Traduzindo: cada célula de nosso corpo carrega seu código genético (DNA), um manual de instruções, que deve ser seguido à risca cada vez que ocorre uma divisão celular. O DNA é uma fita dupla que, na divisão, se separa e faz outra fita idêntica. Se houver algum erro nessa divisão, o mecanismo de controle de erro é acionado. No processo de crescimento tumoral, porém, esse controle falha, assim como nosso sistema imunológico, que está preparado para detectar e eliminar qualquer coisa errada ou estranha a nosso corpo.

Ocorre com o Estado de São Paulo é exatamente isto, cresce loucamente, ferozmente, como uma verdadeira locomotiva em altíssima velocidade, sem controle, mesmo estando com erro, porem o corpo, Brasil, não acompanha, e os outros Estados sofrem, pois não existe o controle deste erro medonho. O correta seria o crescimento fosse igual e homogéneo. Paliativamente. No esporte como um todo, e em cada canto deste Brasil. Utopia. Assim diriam os defensores do câncer.

E qual o porquê de falar nisso agora, deste câncer, que tem vida há anos no Brasil. Resposta: Olimpíadas 2016. Para que o esporte brasileiro realmente esteja preparado para as Olimpíadas este câncer chamado São Paulo terá que ser domado e controlado. Os investimentos serão homogéneos, igualitários e distribuídos uniformemente pelo Brasil, como um todo, e mais, centro de excelências em cada modalidade deverão ser criados em locais afastados, bem afastados mesmo, deste câncer, de São Paulo, se não estaremos apenas alimentando-o ainda mais.

Farão isto, altos investimentos fora de São Paulo? Dificilmente!

O mais fácil é alimentar o câncer!

O mais fácil é esconder o câncer!

Mais difícil mesmo é convencer as pessoas de fazerem a coisa certa. Investir no esporte, de verdade, em outros estados, sem demagogia ou politicagem. Somente assim seremos uma nação forte e realmente grande nas Olimpíadas, e principalmente, sem o complexo de viralata.

Atenciosamente,

Lúcio Solano

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