quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Greve de Bancários 2011 Talvez Começe Dia 27/09

Comando Rejeita Proposta Rebaixada da Fenaban e GREVE Pode Começar no Dia 2709. No Pará, Assembleia Geral é Nesta Próxima Quinta (22/09).

Na quarta rodada de negociações do Comando Nacional dos Bancários com a Fenaban ocorrida nesta terça-feira (20), às 14 horas, em São Paulo, não foi apresentada proposta satisfatória de índice de reajuste pelos bancos.

O Comando Nacional dos Bancários decidiu orientar os sindicatos de todo o país a realizarem assembleias nesta quinta-feira (22) para rejeitar a proposta e deflagrar greve nacional a partir da próxima terça-feira (27). Uma nova negociação foi agendada com a Fenaban para sexta-feira (23), a fim de continuar as discussões. Na segunda-feira (26), uma nova assembleia deverá ser realizada para definir os rumos do movimento.
Reajuste salarial

A proposta dos patrões inclui reajuste de 7,8% sobre os salários e as demais verbas (vale-refeição, cesta-alimentação, auxílio creche/baba, dentre outras), o que equivale a apenas 0,37% de aumento acima da inflação medida pelo INPC do período. Os bancários reivindicam reajuste de 12,8% no salário (inflação do período mais aumento real de 5%) e R$ 545 para cada uma dessas verbas.

Para o Comando Nacional, a reivindicação dos bancários é justa em face dos altíssimos ganhos das empresas. Segundo dados do Dieese, o setor financeiro apresentou o terceiro maior crescimento na economia nacional na comparação entre o segundo trimestre de 2011 com o mesmo período de 2010. Para ter uma ideia, a intermediação financeira cresceu 4,5% no período, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) do país atingiu 3,1%.

Outros dados apontam no mesmo sentido. A receita de prestação de serviços (proveniente principalmente das tarifas cobradas dos clientes) acumulada pelos seis maiores bancos no primeiro semestre cresceu 13,73% em relação ao mesmo período de 2010. Foram R$ 36,4 bilhões de em 2011, contra R$ 32 bilhões em 2010.

Piso

Não está prevista valorização do piso da categoria, que também seria corrigido em 7,8% e passaria dos atuais R$ 1.250 para R$ 1.347,50 - muito abaixo da reivindicação da categoria, que é o salário mínimo do Dieese, calculado em R$ 2.297,51 em junho.

O Comando Nacional não abre mão da valorização do piso salarial dos bancários. Dados do Dieese demonstram que o piso da categoria no Brasil, equivalente a US$ 757, é mais baixo do que o dos bancários no Uruguai (US$ 1.039) e quase metade do recebido pelos trabalhadores argentinos, que tem piso de US$ 1.432. O piso dos brasileiros é equivalente a US$ 6,3 por hora de trabalho, enquanto os argentinos recebem com US$ 9,8/hora, seguidos pelos uruguaios, que ganham US$ 8/hora.
PLR

Para a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), os bancos propõem a manutenção do modelo do ano passado, com reajuste de 7,8% sobre a regra básica e a parcela adicional. Além de pagamento maior, os trabalhadores cobram o fim do desconto dos programas próprios de remuneração variável da PLR.

Enquanto oferecem ganhos rebaixados para a grande maioria de seus funcionários, a remuneração dos diretores e conselheiros de administração dos bancos não para de crescer. Segundo pesquisa do Dieese baseada nos balanços dos bancos, os altos executivos do Itaú receberam em média R$ 683 mil mensais no ano passado, o que configurou um aumento de 22% em relação ao rendimento de 2009. A maior variação foi a dos executivos do Bradesco, que receberam 44% a mais do que no ano anterior, num total de R$ 298 mil mensais. Os executivos do Santander tiveram aumento de 32%, chegando a R$ 207 mil mensais em média em 2010.
Emprego

Um ponto importante ausente da proposta dos bancos são medidas relativas à proteção e geração de empregos. Os bancários cobram o fim da rotatividade e das demissões imotivadas e a ampliação das contratações para melhorar as condições de trabalho e o atendimento aos clientes.
Plano de Cargos e Salários

A proposta da Fenaban não contempla a criação de Plano de Cargos e Salários em todos os bancos, o que significa a manutenção de distorções salariais e falta de valorização e ascensão profissional para todos os bancários.
Saúde do Trabalhador

A proposta apresentada não contempla o fim das metas abusivas e várias reivindicações relativas à saúde. Os bancos somente aceitaram a não divulgação de rankings individuais, uma reivindicação dos trabalhadores. A mesa temática seria retomada com a discussão da possibilidade de avaliação do PCMSO e a divulgação da Sipat. As reuniões seriam trimestrais.
Segurança Bancária

Os bancos aceitam incluir na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos bancários cláusulas sobre o transporte de numerário por bancários e o monitoramento eletrônico das agências. O Comando Nacional da categoria defende a proibição do transporte de valores pelos bancários, conforme estabelece a lei federal nº 7.102/83, e a instalação de câmeras com monitoramento em tempo real fora dos estabelecimentos controlados.

Os trabalhadores cobraram também a instalação de biombos para garantir privacidade aos clientes e coibir o crime de "saidinha de banco". As empresas não apresentaram proposta a respeito. As demais propostas de segurança não estão contempladas. As reuniões da mesa temática passariam a ser semestrais, o que foi contestado pelo Comando Nacional, que defende mesas trimestrais.
Igualdade de Oportunidades

O acompanhamento do programa de promoção da igualdade de oportunidades, proposto pela Febraban na apresentação do Mapa da Diversidade, seria incluída na pauta das reuniões trimestrais da mesa temática. Os bancários cobraram a realização imediata de um novo censo da categoria, mas os bancos negaram, propondo um prazo de cinco anos entre as pesquisas.
Terceirização

A mesa temática será retomada, também com periodicidade trimestral, dando continuidade à discussão da questão dos call-centers.

Intransigência

A solução para a intransigência dos banqueiros é a mobilização dos trabalhadores

Nas três primeiras rodadas de negociação, as instituições financeiras negaram todas as reivindicações apresentadas pelos trabalhadores sobre remuneração, emprego, igualdade de oportunidade, saúde do trabalhador e segurança bancária.

Os bancos adotaram postura intransigente, apesar do lucro de mais de R$ 27,4 bilhões somente no primeiro semestre do ano, obtido à custa do trabalho dos bancários. A categoria está mobilizada e vai responder a altura. Convocamos todos e todas a participarem da assembleia desta quinta, para juntos construirmos uma forte greve capaz de derrotar a ganância dos banqueiros, afirma o Presidente do Sindicato dos Bancários do Pará, Sra. Rosalina Amorim.
Participem da Assembleia Geral da categoria nesta quinta-feira (dia 22/09)

Sindicato dos Bancários do Pará convoca, para esta quinta-feira, dia 22 de setembro, às 18h, na sede da entidade (Rua 28 de setembro, nº 1210, Reduto, Belém-PA), uma assembleia geral para deliberar sobre a deflagração da greve da categoria no Estado.
EDITAL ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA

SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS BANCÁRIOS NOS ESTADOS DO PARÁ E AMAPÁ, inscrito no CNPJ/MF sob o nº CNPJ/MF sob o n. 04.985.164/0001-76, Registro sindical nº 100.334.06514-0, por seu presidente abaixo assinado, convoca todos os empregados em estabelecimentos bancários dos bancos públicos e privados, sócios e não sócios, da base territorial deste sindicato, para a assembléia geral extraordinária que se realizará dia 22/09/2011, às 18h30min, em primeira convocação, e às 19h, em segunda convocação, no endereço à Trav. 28 de setembro, 1.210, Reduto, CEP 66.053-350, Belém/PA, para discussão e deliberação acerca da seguinte ordem do dia:

1. Avaliação e deliberação sobre a contraproposta apresentada pela FENABAN na reunião de 20/09/2011, à minuta de reivindicações entregue em 12/08/2011;

2. Deliberação acerca de paralisação das atividades por prazo indeterminado;

Belém, 20 de setembro de 2011.

Rosalina do Socorro Ferreira Amorim
Presidente

Fonte: Bancários do Pará (www.bancariospa.org.br), com informações da Contraf-CUT (www.contrafcut.org.br).

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